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Auto-análise, parte I

"...Continue pensando assim, você quer ser melhor para mim, e acaba melhor para o mundo..."

Racionalidade... quando escrevo algo na minha pesquisa, costumo definir este termo como "a capacidade de encontrar uma resposta logicamente correta". Geralmente uso este termo em contraponto com cognição, que defino como "capacidade de processamento de informações inerente ao ser humano" (Estas definições são adaptadas do clássico "Inteligência Artificial", de Stuart Russell and Peter Norvig).

Mas este contraponto, que talvez seja a maior inspiração do meu trabalho, também permeia diretamente minha vida pessoal. Não o mero contraponto das definições, mas exatamente esta barreira entre o que realmente é racionalidade, e aquilo que nós usamos para tomar decisões. Que me perdoe Lolô, com suas célebres definições de racionalidade masculina, mas ainda prefiro acreditar naquilo que dizia David Hume, filósofo britânico do século 18: "reason is and ought only to be the slave of the passions" (razão é, e somente deve ser, a escrava das paixões).

Eu poderia ficar escrevendo por horas sobre isso, mas meu foco é bem mais restrito. Só quero deixar claro meu ponto: não defendo o uso da a natureza humana (instintos, sentimentos, paixões, ou como preferirem chamar) como desculpa para a estupidez. Só acho que às vezes devemos deixar de se prender na nossa pseudo-razão humana, em certas denominações e conceitos pré-estabelecidos, e focar esta nossa capacidade de raciocínio na busca de uma maneira sensata de seguir nossas paixões.

Renato Russo disse em L'Age D'Or (álbum V da Legião Urbana) que "se a sorte foi um dia alheia a meu sustento, é que não houve harmonia entre ação e pensamento". E todo este meu papo de racionalidade é para falar sobre isso. Há algumas dezenas de horas atrás, me vi sentado na minha cama, com uma certa e conhecida dor no coração, e aquela pergunta na cabeça, mais repetida que figuinha da Arara Azul (vcs lembram do Ping Pong Pantanal???) "O que é que eu estou fazendo aqui???". E o motivo foi o de costume: trabalho atrasado, sensação de culpa e inferioridade por não estar preenchendo as expectativas profissionais, e a clássica solidão que a atmosfera londrina e as paredes do meu quarto parecem amplificar exponencialmente.

Mas, de novo, meu foco não é este... chega de lastimar... todos já estão alopéticos de saber quais são os problemas, prefiro focar nas soluções. E há muito tempo já deliberei racionalmente tudo o que eu preciso fazer, como eu devo agir e até mesmo planos A, B e C de cronogramas e deadlines para as coisas funcionarem. E daí??? Mesmo com os problemas conhecidos, e com as soluções apontadas, eu fiquei quase um ano sem escrever por aqui e ainda continuo reclamando das mesmas coisas!!! Por quê isso acontece???

Aí é que entra a falta de harmonia entre ação e pensamento - neste meu caso, meu pensamento está focado num caminho supostamente racional a seguir. Mas, voltando ao blábláblá inicial, esta razão deveria ser a escrava das minhas paixões, enquanto na realidade estes meus planos pseudo-racionais parecem ter sido alforriados há muito tempo...

Mas, como posso ter tal dilema, se eu sou um confesso apaixonado pelo meu trabalho? E, se várias vezes eu já declarei que a grande paixão da minha vida atual é voltar para a querência, por que eu não estou focado neste doutorado para acabar no prazo e ter currículo para ter mais possibilidade de escolher para onde eu vou?
E, principalmente, o que tudo isso tem a ver com a frase lá em cima? Algumas tentativas de responder a estas perguntas virão num post seguinte (em breve, podem confiar em mim :P ) , pois vcs já devem estar quase dormindo com este texto. Por enquanto, fiquem à vontade para dar seus pitacos - se estou abrindo minha vida na internet, não posso reclamar de ninguém que queira se meter a dar palpite :P

Grande abraço a todos!!!

4 comentários:

Anônimo disse...

Termina a auto-análise pessoal/profissional que eu escrevo o que penso sobre isso ...
SAUDADES ... !!!!

AMO-TE pessoa amiga querida
PS: continuo a admirar a veia literária presente nesse corpinho :)

E vê se pede p/ teu sósia gremista parar de fazer gol ou dar assistência p/ isso. Raaaafaaa, ou é o ano do Inter ou do Grêmio, os dois n dá. Logo ... eheheheheh
Bjs neguinho

Lucius de Mut disse...

Buenas, rapaz!

Racionalidade é apenas um truque para a pessoa lidar com padrões recorrentes (quando for muito burra para isso). Quando a pessoa aprende, passa a usar só a intuição (que não é o mesmo que instinto, notemos).

Nâo fez sentido? Completo no próximo post :P

Abraços!

Zack Blasco disse...

Salve, D. Passarel!

Dando uma de cobrador... cadê os próximos posts, rapaz? Te perdeste numa montanha de papers, decerto...

Ademais, quanto a tua "assincronia" entre ação e pensamento, isso nada mais é que a tua verve de "Artista da Computação". Aqueles que "apertam o parafuso" ou que "procriam papers" reproduzem ou modificam muito pouco a área em que atuam.

O "Artista", porém, precisa de um tempo maior para maturar as idéias. Não existe originalidade sem a maturação das idéias.

Portanto, don't worry. Apenas seja brilhante ao final; a Pátria Pampa estará sempre aqui, ao Sul do Sul. E teus pais, irmã, sobrinhos e amigos.

Fica bem, Deus te abençoe, irmão!

Paulinha Vergara disse...

Termina a auto-análise pessoal/profissional que eu escrevo o que penso sobre isso ...
SAUDADES ... !!!!

AMO-TE pessoa amiga querida
PS: continuo a admirar a veia literária presente nesse corpinho :)

E vê se pede p/ teu sósia gremista parar de fazer gol ou dar assistência p/ isso. Raaaafaaa, ou é o ano do Inter ou do Grêmio, os dois n dá. Logo ... eheheheheh
Bjs neguinho